Cia. Gira Dança (Natal-RN)

A Cia Gira Dança de Natal-RN se apresentou no Filo (Festival Internacional de Londrina) nos dias 16 e 17 de junho no espaço da Funcart. No dia 17 eu estava lá na primeira fileira. Quando cheguei na Funcart já havia uma fila na entrada. Um dos bailarinos da Cia andava por entre a platéia com uma espécie de máscara de ar na boca e uma capa de chuva de plástico transparente, mas que não cobria o corpo todo e um dos braços enfaixado de preto. Eu, particularmente gosto desse recurso que já faz a platéia entrar no clima antes de entrar na sala de espetáculo, e chega lá pronto para assisti-lo. Quando não se usa esse recurso, a platéia entra geralmente conversando e dispersa, até dar o terceiro sinal e todos começarem ainda a se concentrar...não que isso seja uma regra, é só um recurso que muitos espetáculos de dança usam. Enfim, isso dá certo quando é bem usado, quando esse bailarino dá uma mostra do que vai acontecer lá dentro e não fica se fingindo de louco, como se viesse de um mundo paralelo que não esse em que a plateia está, como aconteceu.
Ao entrar na tenda construída para apresentações do Filo, haviam faixas de plástico que iam no teto à boca de cena, mas com aberturas entre elas, ou seja, não era um local inacessível e inseparável do espaço onde se encontrava a platéia. E isso se confirma quando o bailarino que estava do lado de fora aparece no palco sem ter entrado pela boca de cena mas sim pela coxia. A coreografia começa. Os seis bailarinos em cena correm, ou melhor, fingem que correm até o plástico e fingem se jogar contra ele, como se não reconhecessem aquele espaço. 
E tudo acontece assim, como se não reconhecessem o lugar em que eles estavam. Como se tudo fosse estranho à eles. Coreografias simples, de soluções cênicas fáceis, e uma visível falta de técnica dos bailarinos. Não conseguiam cair sem quicar, muitos caróes em cena, movimentos sem desenho.
Um trabalho que eu diria no minimo infantil. Sequencias de movimentos infantil, trilha sonora infantil, figurino infantil, iluminação infantil.O que salva é o cenário, se eles soubessem usar, e o tema, claro. Mas a abordagem do tema, infantil.  


A companhia, criada em Natal (RN) em 2005 pelos bailarinos Anderson Leão e Roberto Morais, teve sua estréia nacional na Mostra Arte, Diversidade e Inclusão Sócio-cultural, realizada no Rio de Janeiro, em maio de 2005. 


http://www.giradanca.com.br/